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Arquitetos: Alexandre Dias, Bruno Silvestre, Luís Spranger
- Área: 10653 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:do mal o menos
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Fabricantes: Candigres, Navarra, Robbialac
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado na freguesia de Santa Clara, na periferia Norte de Lisboa, o novo Bairro da Cruz Vermelha é um bairro de habitação social integrado no Plano de Urbanização do Alto do Lumiar (PUAL). Este projecto tem como objectivo realojar as famílias do bairro original com o mesmo nome, construído na segunda metade da década de 60 na freguesia do Lumiar, melhorando significativamente as condições da habitação e do espaço público.
A intervenção implanta-se numa encosta de declives acentuados com inclinação de poente para nascente, limitada, a norte, pelo Bairro dos Sete Céus, a nascente pela Rua da Escola, a poente pela Rua Hein Semke e a sul pela Rua Rogério de Moura.
O loteamento é composto por 130 habitações, distribuídas em duas variações de um edifício tipo com um máximo de quatro pisos e com tipologias que variam de T1 a T4.
A malha urbana proposta procura manter as características urbanas e morfológicas existentes, ao mesmo tempo que cria uma nova grelha de vias de atravessamento de utilização mista para peões e automóveis, perpendiculares à Rua Rogério de Moura e que desembocam na Rua A que, por sua vez, estabelece a articulação a norte com o Bairro dos Sete Céus.
Na envolvente são criadas duas áreas destinadas a espaço verde de enquadramento, de forma a criar uma barreira arborizada e de protecção ao ambiente urbano, e um espaço lúdico informal onde se prevêem também arranjos paisagísticos.
Tal como nos Bairros da Boavista e Padre Cruz, escadas urbanas surgem entre os volumes para ligar os novos arruamentos, numa evocação das escadas do centro histórico de Lisboa, onde a experiência do espaço urbano é caracterizada pela topografia acentuada da cidade.
Também aqui, a fragmentação volumétrica produz uma série de pracetas urbanas de pequena escala, valorizadas pela integração de talhões cultiváveis que promovem a vida urbana sustentável e a interacção social entre os moradores. Estes espaços exteriores funcionam como bolsas de transição, mediadoras entre a escala urbana da cidade e a escala doméstica das residências.
À excepção das fracções de tipologia T3, todas as habitações são directamente acessíveis a partir da rua, quer à cota alta bem como à cota baixa dos pisos térreos, garantindo a acessibilidade universal.